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MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS

O Mosteiro dos Jerónimos, ou Mosteiro de Santa Maria de Belém, é um dos mais belos e imponentes exemplares do estilo manuelino, situa-se na freguesia de Belém (Lisboa), mesmo em frente ao rio Tejo.
A construção iniciou-se a 6 de Janeiro (dia de Reis) de 1501 ou 1502 e prolongou-se por um século, dada a grandiosidade do empreendimento e a riqueza da execução. O edifício foi construído em calcário (lioz) extraído de pedreiras não muito distantes do local de implantação.
Em 1518 D. Manuel decidiu, em testamento, transformá-lo no seu próprio panteão, amplificando "o caráter excecional da monarquia e da linhagem que com ele nascera, como ramo da dinastia de Avis. Mas quis distingui-la através de uma obra sumptuosa, que estivesse de acordo com os princípios da propaganda régia e da glorificação de um reino, que se confundia com a sua pessoa“.
D. Manuel I pretendeu fazer dos Jerónimos uma obra gloriosa nunca antes vista!
O estilo arquitetónico dominante é o gótico tardio e do renascimento, que na sua forma Manuelina é um estilo com características únicas e bem portuguesas do início do século XVI, correspondente ao reinado de D. Manuel I (1495 - 1521). A construção iniciou-se a 6 de Janeiro (dia de Reis) de 1501 ou 1502 e prolongou-se por um século, dada a grandiosidade do empreendimento e a riqueza da execução.
O estilo manuelino caracteriza-se pela profusão de decorações evocando os Descobrimentos, o mar e os símbolos de Portugal. As viagens inspiram muitos dos elementos naturalistas e “vegetalistas” da complexa ornamentação. Se bem que, a Esfera Armilar, símbolo do poder régio, e a Cruz da Ordem de Cristo, símbolo do poder divino, são os motivos mais importantes da arte manuelina, e encontram-se com particular destaque neste monumento
No exterior o destaque vai para a Porta Sul e para a Porta Axial.
Porta Sul
A Porta Sul foi construída entre 1516 e 1518 por João de Castilho e seus oficiais (seguindo o projeto de Boitaca), a Porta sul é uma das peças mais ricas da arquitetura portuguesa do gótico tardio, sendo do ponto de vista iconográfico um portal bastante complexo. Ainda que seja apenas a entrada lateral, que se desenvolve paralelamente ao Tejo.
Porta Axial ou Porta Poente
Porta Axial ou Porta Poente, é a porta principal do Mosteiro dos Jerónimos, está orientada para poente, localiza-se no eixo de simetria do edifício, frente ao altar-mor.
Terá sido projetada por Diogo de Boitaca e, depois, por João de Castilho, como pode perceber-se do cariz gótico de configuração hispano-flamenga dos elementos arquiteturais. Foi executado, em 1517, por Nicolau por Chanterene o que ditou uma importante inflexão estilística, com a introdução de motivos renascentistas.
No interior destacamos a Igreja de Santa Maria de Belém; a Capela-Mor; o Refeitório, a Sacristia, o Coro Alto, a Sala do Capítulo, os Confessionários, a Livraria, os Claustros e os Túmulos.
A arquitetura desta imponente Igreja, com planta em cruz latina, é original e única. É composta por três naves à mesma altura e largura – Igreja Salão (comum na Alemanha, mas raro na Península Ibérica). Coberta por uma única e extensa abóbada polinervada e assente em seis pilares de base circular.
Livraria
A Livraria, ou Biblioteca que à data da extinção da Comunidade – 1834 – contaria com um acervo de cerca de 8 000 volumes, lamentavelmente a maioria perdeu-se. Atualmente aloja uma exposição documental de caráter permanente cujo objetivo é construir uma memória dos 500 anos do Mosteiro dos Jerónimos.
Claustros
Os Claustros dos Jerónimos são os primeiros no seu género em Portugal, tendo duplo piso abobadado e uma planta quadrangular, de cantos cortados, formando um octógono virtual. São considerados uma obra-prima da arquitetura mundial e constituem uma declaração estética de excecional beleza, cuja harmonia resultou da habilidade e delicadeza dos mestres que nele trabalharam.
Túmulos
São vários os Túmulos que se encontram nos Jerónimos (outros foram trasladados para o Panteão Nacional): D. Manuel I e D. Maria de Aragão e Castela; de D. João III e D. Catarina da Áustria; D. Sebastião e o Cardeal-Rei D. Henrique I; Vasco da Gama e Luís de Camões; Alexandre Herculano e Fernando Pessoa.
O que atualmente encontramos em Belém preserva os aspetos essenciais da traça inicial (séc. XVI), mas o monumento é também o repositório das inúmeras alterações e acrescentos efetuados nos séculos seguintes, refletindo os estilos arquitetónicos de cada época.
O Mosteiro dos Jerónimos é desde 1907 Monumento Nacional, desde 1983 que se encontram classificados como Património da Humanidade pela UNESCO, desde 2007 foi eleito uma das 7 Maravilhas de Portugal e desde 2016 que tem o Estatuto de Panteão Nacional.
Foi neste grandioso monumento que em 1985 foi assinado o Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (atual União Europeia).
Visitar o Mosteiro dos Jerónimos é absolutamente obrigatório.
Coordenadas GPS: 38º 41’ 52” N, 9º 12’ 23” W